Eu sou daqueles que se perdem num segundo. Daqueles instáveis que migram da euforia absurda ao desanimo real. Sou daqueles que esperam o novo, que se cansam e que não se cansam de se cansar. Sou daqueles que colecionam algumas rejeições, que não entendem de sentimentos complexos, coisas complicadas, peças pequenas, situações mal resolvidas, amores pensados e orgulho ferido.Sou daquele que erra sabendo que está errando. Mas também sou daqueles que se colocam a consertar as coisas mesmo que o manual de instruções esteja em chinês. Sou daqueles que sentem inveja e que fazem de tudo pra que ela não seja percebida, pois sou daqueles que sentem medo de ser mal interpretados, mesmo que não haja justificativa para o egoísmo. Sou daqueles que sente dor e ainda consegue sorrir vomitando uma piada qualquer.Sou daqueles que geralmente querem mais do que podem carregar. Daqueles impacientes, ansiosos, no anseio doido de amar, de chegar ao fim, de encontrar soluções práticas, respostas curtas e satisfatórias. Sou daqueles que querem tornar fácil o que aparenta dificuldade. Mas sou daqueles que conseguem complicar o que é simples. Sou daqueles teimosos insistentes, chatos, mesquinhos, mas que quando encontram um olhar sedutor deixam tudo pra lá. Por isso que também sou daqueles que se apaixonam fácil, mas não pense que sou daqueles que se vê em uma esquina qualquer. Eu sou daqueles que reclamam falta de sorte. Que perpetuam pouca fé, que não rezam, que não desejam o impossível. Eu sou exatamente daqueles que acreditam no que vêem. Daqueles que contam centavos, que se vislumbram com brilhos, coisas multicoloridas, falas pausadas, silêncios em momentos acertados, surpresas mágicas, encontros inesperados. Sou daqueles que valorizam o acaso, o estranho, o diferente, o incomum. Sou daqueles românticos patéticos que crêem em encontros nas calçadas das ruas movimentadas.Sou aquele como qualquer outro. Sou daqueles que tentam ser engraçadinhos com as palavras. Sou daqueles que tentam te encantar com letrinhas, com ternura, com sinceridade exacerbada... será? Sim, eu sou dos sinceros. Sou aquele de sempre. O vizinho metido, o primo esquisito, o amigo excêntrico, o filho chato. Eu sou bem comum mesmo. Mais que isso é outra pessoa que não eu. Daqueles outros que não sou.
4.1.08
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