Tenho que me concentrar muito pra imaginar meus dias sem você. Como procurar ampolas com curas nas caixas velhas, nos diários escritos nos quartos vazios repletos de sua ausência. Vem em pesadelos que exageram nessa proteção em preservar o que não pode mais ser protegido. Em pesadelos de não ter você aqui comigo no segundo em que vou deixar tudo para trás. É o brilho dos seus olhos que quero reconhecer no primeiro suspiro dessa nova vida e antes que isso vire uma tragédia, acho que vou continuar me perdendo em pesadelos nos fins das tarde e acordar suado e com marcas de almofadas nas bochechas.
Bem que eu poderia esconder tudo na caixinha, vestir uma camiseta colorida e fazer uma prece de criança. Rir da Dona Sebastiana e da Dona Zefa chamando a irmão irritada de Mariquinha. Uma chateação que tá virando vicio. Um vicia de fazer o tempo passar pra fazer a espera menos dolorida. São ferimentos que não consigo curar, que não há médico para tratar e que penso que apenas no seu doce colo, de palavras que agora compreendo bem, que poderei em fim viver de sorrisos.
Então abro a janela e posso ouvir a briga das vizinhas e me perder nas luzes de Natal. E vou deixando o meu rastro, brincando de João e Maria, pra poder voltar para o coração que me acomoda. Como rir que nem bobo sentado no banco que em outras noites me viu chorar e lamentar pra Lua. Foi como dizer, ainda que esteja esperando, que eu sabia exatamente que viveria tudo aquilo. Voltar ali pra poder provar o improvável. Pra provar o que está estampado no rosto dos meus verdadeiros amigos: eu sou o maluco mais louco e apaixonado desse mundo! Sou aquele que se entregou às suas loucuras que não se cansou, mesmo longe das luzes amarelas, de procurar seus sonhos.
O trem parou para mim e eu quase nem acredito que vão me deixar subir. Estive cansado de esperar aqui fora, agora posso muito bem esperar lá dentro. Não escondo a euforia e não ando economizando nada pra aproveitar cada momento dessa viagem. Logo estarei no trem que sempre passou reto e que me deixou para trás todos esses anos. E quando a hora de partir chegar, quando as luzes de Natal se apagarem, vai ser não mão do amor que vou me segurar. Quando não temos asas, quando temos feridas que não se pode curar, só temos que acreditar na segurança forte de uma mão que nunca vimos, mas que estranhamente sempre soubemos que existia.
Estou esperando e logo estarei partindo.
Bem que eu poderia esconder tudo na caixinha, vestir uma camiseta colorida e fazer uma prece de criança. Rir da Dona Sebastiana e da Dona Zefa chamando a irmão irritada de Mariquinha. Uma chateação que tá virando vicio. Um vicia de fazer o tempo passar pra fazer a espera menos dolorida. São ferimentos que não consigo curar, que não há médico para tratar e que penso que apenas no seu doce colo, de palavras que agora compreendo bem, que poderei em fim viver de sorrisos.
Então abro a janela e posso ouvir a briga das vizinhas e me perder nas luzes de Natal. E vou deixando o meu rastro, brincando de João e Maria, pra poder voltar para o coração que me acomoda. Como rir que nem bobo sentado no banco que em outras noites me viu chorar e lamentar pra Lua. Foi como dizer, ainda que esteja esperando, que eu sabia exatamente que viveria tudo aquilo. Voltar ali pra poder provar o improvável. Pra provar o que está estampado no rosto dos meus verdadeiros amigos: eu sou o maluco mais louco e apaixonado desse mundo! Sou aquele que se entregou às suas loucuras que não se cansou, mesmo longe das luzes amarelas, de procurar seus sonhos.
O trem parou para mim e eu quase nem acredito que vão me deixar subir. Estive cansado de esperar aqui fora, agora posso muito bem esperar lá dentro. Não escondo a euforia e não ando economizando nada pra aproveitar cada momento dessa viagem. Logo estarei no trem que sempre passou reto e que me deixou para trás todos esses anos. E quando a hora de partir chegar, quando as luzes de Natal se apagarem, vai ser não mão do amor que vou me segurar. Quando não temos asas, quando temos feridas que não se pode curar, só temos que acreditar na segurança forte de uma mão que nunca vimos, mas que estranhamente sempre soubemos que existia.
Estou esperando e logo estarei partindo.