23.2.07

Pequena mordida das esperas da vida

Sinto uma perturbação e não dou muita atenção. Quando me perturba demais eu vou ver é uma formiga me picando. Será que ando doce? O cucurucu tá nos 50°, calor infernal, não pertence a esse pedaço de terra alta da serra. Os dias tornaram-se exercício de imensa paciência. Espera daqui, espera dali, espera de todos os lados e as únicas que parecem se importar são essas minúsculas formigas que me picam pra dizer que ainda estou vivo. Será que é isso o que elas querem dizer? Ou será que querem, de pequena dolorida e de pequena mordida, levar a esperança pra longe de mim? Tenho que descobrir onde fica esse formigueiro. Preciso de esperança e mais do que isso, preciso de respostas, preciso de ações, preciso parar de ter que multiplicar paciência. Isso e o calor vai causar um imenso curto circuito! Tenho que parar com esse vicio de querer chegar em casa e escancarar a janela pra deixar a brisa, suave brisa, me lembrar no silêncio da noite quente, que ainda há chance e que tudo vai dar certo. Mas é um vicio, e como todo vicio, vai me levar de certo a uma rua escura com fundo infinito. Preciso saber o que há depois daquele ponto. Preciso decifrar melhor tuas palavras. Preciso escrever cartas e mais cartas. Preciso ir fundo no fundo profundo do formigueiro. Preciso de paz. Sorrir em paz e alivio. Enquanto isso, por favor, um pouquinho mais de virgindade!

Um comentário:

Anônimo disse...

Virgindade pra vc!!!