19.10.06

Arpoador

O mundo disse não e eu sorri mesmo assim. Viraram as costas e eu fiquei ali esperando a minha vez de entrar. Eu quis muitas coisas em outros tempos. Eu fiz planos numerosos, imensos desejos e detalhei tudo o que não conhecia, tudo o que não sabia, o que não queria. Eu rimei batata com pirata, árvore com espinafre, sapato com apertado, guarda-chuva com coisa nenhuma, amor com amor e somente amor. Disseram não e eu insisti. Uma birra pirracenta de querer mais e de querer tudo. Ainda quero um sobretudo, um coturno e uma música triste borrada pra mim. O sonho bom já é realidade, assim como os planos, os projetos, os rascunhos de projetos e os projetos de rascunhos de projetos. Agora eu conheço o Rio e o meu coração segue dividido entre a Cidade Maravilhosa e a Terra da Garoa. Tenho um amor e só falta o jardim. Tenho o amanhã e tenho o olhar que é só pra mim. É a hora de colocar em prática tudo o que colhi pela vida. É o momento de ser feliz e de repousar tranqüilo no colo de um amor esperado. A vida da gente é assim, ou pelo menos, de todos deveria ser assim. Reencontros, ainda que demorados, dos amores esperados. A risada da minha mãe me fascina e as piadas do meu pai me iluminam. A Eva e o Tobias me dão vida. E meu amor me faz sorrir. Que bom, porque sorrir é e sempre será, cool.

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