23.11.06

Re-, -partir. Partir, repartir. Repartições.

Eu me desfaço de vícios, finjo que não ligo e ligo quando é madrugada. Eu caminho no corredor, arrebento em meus sonhos o traidor e me perco em séries de TV. Examino de longe o coração que sofre aqui dentro. Ensaio apelos, palavras em desejos e presentes de final de ano. Me embrulho em cobertas em dias quentes pra sentir o sangue ferver. Me vejo no arco, no bonde, na rima e em tudo o que não estou. Venho e vou sem deixar rastros ou marcas bem marcadas de passos leves e sutis. Leio o que já foi lido, me perco no que não existe, grito de raiva, odeio e amo num segundo. Me desculpo, me engulo e vomito na janela que não fecho mais. Marco baladas imaginárias, danço em festas de rua no mundo que me gerou. Já como de tudo, respeito placas e suspiros aliviados. Me vejo tão longe, me perco aqui perto, invento novas rotas, corações saltitantes, promessas feitas, esperas doloridas e sorrisos de felicidade. Apelo de amor, conseqüência de uma dor linda, cor azul, verde quando vem de lá, que me alfineta, sobretudo na testa, em festas, em lugares cheios, em lugares cheios de ausências. Eu me perco nos meus dias, no sangue que ferve, na promessa que faço, na espera selada, no sonho bom dos dias eternos.

Um comentário:

Anônimo disse...

clau, linkei voce no meu blog, ok?

beijos,

renan.