4.9.06

O tempo que nos resta

Hoje pensei mais em você do que em outros dias. Louco. Não sei explicar essas coisas. Talvez eu não deva tentar convencê-lo que não sou nenhum maníaco, já que somos ambos maníacos confessos. O fato é que penso em você, e hoje, me peguei em vários momentos pensando ainda mais em você. Uma perseguição constante pelo seu nome, pela sua figura, sua risada, suas histórias, tudo aquilo que não sei e que nem sei se vou saber. Um ódio grande de estrada, de asfalto, de distâncias, quilômetros e essas coisas que só afastam as pessoas. Odiando o fato de ainda não existir um trem bala ligando as duas maiores cidades do país e que ainda assim são pequenas demais para dois de seus moradores. Hoje assisti O Tempo que Resta de François Ozon. Chorei do começo ao fim. Me identifiquei, me exclui, me reconciliei. Magia o que o cinema pode fazer com a gente. Nesse exato momento, às 00:52, confesso que choro compulsivamente. Não é choro de dor ou tristeza, é um choro meio contido meio largado e acumulado na falta do ombro certo para chorá-lo. Então fico assim, um chorão na madrugada escrevendo esquisitices pra um cara que nem conheço, mas que por alguma razão, como já disse sem explicação, atrai essa coisa louca de querer por perto, junto e fazer com que eu confesse tudo o que estou confessando. Está frio aqui. Mas do que já é na verdade. Congela as pontas dos dedos, sobe pelas mãos, braços, ombro, quando se dá conta, sem muito cuidado, chega-se ao coração que fica assim, petrificado gelado, sem bater, sem sentir, sem querer ou esperar. Manterei o meu aquecido por você. Nesse desespero louco, infindável, de querer e querer e te querer e querer... É isso. Era só isso que precisava. Não era pra contar do meu dia ou das minhas lágrimas. Era só pra dizer que estou bem e que fico ainda melhor quando penso em você. E igualmente: "se não me entendes, por favor, não me tentes". Um beijo.

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