20.7.06

Cartas de amor I - Dos dias em que tive alguém para amar

Tô ouvindo a trilha de “As Horas”. Vou começar a escrever o primeiro capítulo da minha minissérie. É o último exercício antes da decisão que pode mudar um “pouquinho” a minha vida. Junto, eu tenho que entregar uma redação que fale sobre mim. Algo estranho. Estou tão acostumado a escrever sobre os outros, para os outros e hoje vou ter que escrever sobre mim.
Eu sempre me vejo refletido nos outros. E de umas semanas pra cá, eu tenho me visto em você. Na verdade, tenho me visto com você. Tenho imaginado uma porção de coisas que sei que não deveriam ser imaginadas. Não tenho muito controle sobre as minhas vontades, sobre os meus sonhos e sobre o meu desejo de lutar, como você disse, pelas coisas que quero.
Tenho um olhar muito simples para as coisas. E temo, com isso, simplificar o mundo. Digo e fico repetindo que te adoro porque é o que sinto. O medo que mora dentro de mim é, de tanto falar, que essa frase perca o sentido quando ouvida por você. Assim como tenho medo de que meus e-mails se transformem numa mesmice chata. Que percam o brilho. Que percam o tom que sempre quero dar a eles.
E fico assim me dividindo entre um Cláudio que quer ligar e outro que acha que não deve ligar. Entre um Cláudio que acha que deve mandar e-mails e outro que acha que deve parar com isso. Um Cláudio que quer chamá-lo pra andar no Ibirapuera e outro que acha que é melhor ficar na sua.
O primeiro Cláudio sempre prevalece. O Cláudio que age com o coração sempre vence. Tudo o que conquistei sejam amigos, trabalhos, momentos, foi sempre sendo o primeiro Cláudio. Não consigo imaginar decisões que não sejam tomadas por ele. Mesmo assim o segundo Cláudio, teimoso e altamente racional, por vezes consegue impor as suas razões e a maneira calculada e chata de encarar a vida.
Eu sei tudo o que está acontecendo. Ter a consciência do que se passa no nosso coração e no de quem se gosta é um misto de dor e felicidade. Você me perguntou se sou feliz, sim, eu sou feliz. Estou com você, haveria motivos pra dizer que estou infeliz? Eu sonhei várias vezes com você quando eu acreditava que nem me notava. Eu imaginei, me coloquei pertinho de você, inventei situações, flertei com uma pessoa que me desconhecia. E hoje, bem, hoje eu durmo na sua cama, te faço carinhos, ouço que você está bem e que também não está bem as vezes.
Leio seus textos, ouço suas histórias, fico babando quando você me fala das trilhas sonoras, dos filmes que pateticamente não assisti. Fico feliz quando o vejo feliz com a máquina fotográfica. Me confundo no seu silêncio. Me perco no seu abraço. E assim, de pouco e de muito, eu vou vivendo. Lutando pra ficar com você.
Tem momentos em que tudo me diz que ficaremos juntos. Em outros, tudo me diz que não viveremos as coisas que imagino. E quando penso isso, bate um vazio, uma saudade antecipada de tudo aquilo que não viverei ao seu lado. Mas eu me apaixonei. E agora, há poucas chances de volta.
Isso não quer dizer que você não pode chegar pra mim e dizer: “Cláudio... eu vou comprar cigarros” (hehehehe). Só tome cuidado. É um sentimento muito bom que tenho por você. A gente está tão acostumado a esperar que as pessoas nos façam mal, nos falem coisas desagradáveis, e eu não sou nenhum santo, sei que já fiz pessoas sofrerem, mas no seu caso não. Tudo o que mais quero é te ver bem e feliz, comigo ou “sem migo”, hehehehe, mas eu quero ver você feliz.
Eu não sou mais especial do que qualquer outra pessoa que você possa conhecer. Não sou diferente, não sou melhor. Sou o Cláudio e isso já é um bom começo. Você me faz melhor. Você me faz sentir especial e diferente. E se um dia isso acabar, eu vou ter você sempre aqui, no lugar que sempre reservei, desde aquele dia na cozinha, pra você.
Como eu sempre digo, eu estou aqui.

Beijos

Clau...

Um comentário:

Anônimo disse...

Here are some links that I believe will be interested