1.7.06

Infinitus

As más noticias foram em fim despejadas nos passados amores. Difíceis palavras, estranho momento de revelar o que doces dias nos trouxeram. Um a um e eu vou ficando só. O isolamento moral, mais pessoal, particular, inquieta os meus dias e fazem das dúvidas as novas companheiras. As horas custam a passar, é tudo mais longo e demorado. Isso eu deveria comemorar. Tem sido assim, alongar o quanto se pode o que a nós é mais vital. Dia após dia emendando esperanças e crenças.
E nessa mistura de sentimentos, nessa espera silenciosa, nesse aguardar o esquecimento e ver como tudo pode ser igual e melhor, vou mergulhando em cantos antes intocáveis. Vou ficando um desbravador de meu próprio desconhecido. Sentir, ainda que tarde, emoções escondidas e varridas pelas velhas vassouras aos lugares longínquos de mim. Prazeres novos, “caretíssimos” e ainda sim abusados e insanos. Em dias após dias é isso o que me custa, pensar besteiras e pensar no mais belo. Pensar em mil possibilidades e sonhar com aquele que me fará feliz. Os dias são assim, um após o outro, pensamentos distantes, olhares conformados, leituras sensíveis e esperas termináveis.
Tudo pode virar piada. Pode ser história mal contada. Pode ser lembrança de amigos em feriados doentes. Pode ser puro esquecimento ou palavras multiplicadas em páginas e mais páginas. Pode ser tanto e pode ser nada. E se dizer que não espero mais estarei mentindo finalmente. Então espero mais desses dias, espero mais de mim, espero mais dos meus amigos. Espero o melhor de todos nós. Viciado ainda que em meus tidos chatos princípios. Ainda que perdendo batalhas e momentos. Ainda que tudo aparentemente ruim se pinte na tela colorida de nossas vidas, eu ainda irei esperar os capítulos felizes da bela história. Sem finais, sem créditos. Só infinitos amores e infinitos “querer bem”.

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