"As pessoas estão ocupadas demais para nos surpreender, ou envolvidas em seus problemas inventados".
"A gente acha então que nunca mais vai ser feliz. Que foi tão bom e perfeito, tão único e mágico, que jamais algo parecido irá surgir na nossa vida. Eu estive, por um tempo, guardado aguardado dentro de velhos guardanapos. Estive preso em momentos do passado, em lembranças boas, em medos frágeis e em sonhos impossíveis. Estive acreditando e desacreditando. Dizendo não quando na verdade queria dizer sim. Uma vez lá em cima, outra vez lá embaixo. Tudo muito contabilizado, pesado, registrado, calculado. Vida sem graça que se ia perdida e achava em roteiros mal escritos, e-mails jamais enviados e telefonemas para sempre esperados".
"Há uma graça nisso tudo. Há algum encanto desencantado enterrado em alguns desses parágrafos, cenas, linhas, cabeçalhos. Há saudades e reticências. Há três pontos, vontades inusitadas, acentos mal acentados, pontos finais em lugares equivocados, vírgulas com nome de anjo, anjos querendo ser vírgula, palavras por palavras, e finalmente, apenas palavras".
"Não quero mais viver tudo no cara-a-cara. Há momentos que posso viver sem correr riscos maiores. Há coisas tão condenáveis em outros tempos que posso fazer agora sem maiores ressentimentos. No branco eu crio o meu mundo, a minha fuga e tudo o que eu quiser".
"No momento em que se foi, fiquei meio oco por dentro. A imensidão da beleza de um sentimento que se perdeu. Que deixa a marca marcada viva e morta dentro de algo que já não existe mais".
"Estranho ser você e não te querer. Estranho rejeitar o que mais se quer. Calar num peito trancafiado. Há uma beleza nisso. No rosto sincero dessa perfeição. Sim, é você que amo, mas é você que finjo não querer".
"Se todos os nossos sonhos fossem como sonhos de padaria, que sonhos compraria?".
"Lá fora, o calor, dentro do carro, aquela tristeza “nossa” carregada à força. Aquele “lutar” já vencido. Uma sensação azeda de perda, de vazio, de regresso, de voltas e mais voltas".
"O olhar que eu não conhecia. Dentro de mim já existia. Era meu amigo invisível".
"Mesmo na curva do amor. Mesmo sendo a ponta quebrada de um triângulo. Algo sei que vou guardar".
"A espera é dolorida. A dosagem, nem sempre é precisa. Mas a ausência, essa é necessária. Só assim saberás se me tens... Só assim saberei se o tenho. E ao fim, saber que ninguém sabe nada...".
"Não caíra no esquecimento. Não se apaga o beijo bem dado e o seu olhar calmo. Há retalhos arrancados de mim. Pedaços de vultos e de saudades com nomes e metades que levam o melhor de mim".
"E perdido em mundo novo, e sentido em sentimentos soltos, ele inventou de aceitar seus desejos. Ele criou um mundo seu, uma tecnologia barata, bordada a mão, feita sem esforço, palpitações únicas, necessidade pulsante do seu redescoberto".
"Hei de me perder, de me lembrar e de te esquecer e de desejar o inverso, todo o resto, e sufocar até morrer mais um pouco".
"Tente recusar só aquele imundo lado, mas não recuse a mim. Sou mais que isso. Posso ser mais".
"Um silêncio adorável e um abraço gentil. Um carinho perdido e logo um brilho encontrado. Uma eternidade em segundos. Um ter meio não tendo naquela noite de verão".
"Havia um lugar onde fitinhas multicoloridas enfeitavam os cabelos. Havia um lugar onde a tristeza era um combustível, onde se enganar era a melhor forma de ser feliz. Havia um lugar e nele tudo podia acontecer. Inclusive o nada. Nesse se perder e se achar e se perder de novo, ele perdeu a conta das perdas. Ele perdeu a conta das pedras. Ele perdeu a conta de quantos pedaços seus levaram embora".
"Suspirei por perdas irreparáveis. E sobre as minhas escolhas vi refletido a imagem de alguém eternizado por suas escolhas".
"E quando não há mais nuvens e nem estrelas e nem pipas e nem pássaros, as razões se perdem. Quando não se consegue lidar com as pessoas, quando as pessoas não sabem se desvirar, é hora de partir em busca de si mesmo".
"Sonhei com dias melhores. Sonhei com pessoas queridas, com situações imaginárias. Eu me inventava ao seu lado. E inventava outros. Criava situações como num filme. E eu era feliz. Feliz sonhando que gostavam de mim como eu era, e que não pediam nada em troca pra isso. Uma brincadeira solitária".
"Queria um coturno, um sobretudo, uma música triste borrada pra mim e um sonho bom. Queria viver de planos, projetos, rascunhos de projetos e projetos de rascunhos de projetos. Viver de mentiras, ainda que verdadeiras demais. Fugir das verdadeiras, principalmente das falsas demais. Pular amarelinha aos sábados. Perder guarda-chuva na segunda e pegar na sua mãe na quinta".
"Deveria existir um vácuo, um buraco negro entre uma relação e outra. O mundo deveria ser devastado por uma bomba atômica louca assim que descobrimos que não somos mais os culpados por calafrios, batedeira no peito, tremedeira nas pernas ou ereção fora de hora. E só voltar a ser mundo quando, após uma noite quente e íntima de sexo surpreendente, ouvir um sincero “eu te amo”.
"Ninguém se separa. As pessoas se abandonam. Essa é a verdade, a verdade verdadeira. O amor pode ser recíproco, mas o fim dele não, nunca".
"E o mundo para um desprotegido é assim, uma imensidão de coisas novas que ora nos assustam ora nos possuem. Um vagar pela verdade, entre a realidade e a dor de toda essa vida. Um sentimento de ser dono de si e não ser dono de nada".
"Busquei nos outros o que estava vivo em mim. Passei minha vida sofrendo por outros, é a primeira vez que sofro por mim".
"Eu sei que é tudo confuso. Não sei o que será daqui para frente. Ainda não sai lá fora, não vi as pessoas. Algo dentro de mim diz que nada vai mudar. Mas que estranhamente vai mudar pra melhor".
"Agora é que quero viver. Nesse tempo certo-incerto que foste desde sempre e que agora surge pra mim como um desafio bom de querer pessoas boas e bons momentos".
"Pensei em tanta coisa e ao fim não pensei em quase nada. Os dias são assim, intervalos de tudo e de nada. Uma brincadeira de inventar o futuro, sonhar acordado, imaginar lugares, pessoas e situações. Um projeto audacioso de querer, de querer mais aquilo que se desconhece, como muitas das coisas que penso e que não penso a fundo".
"Poderia estar sofrendo agora. Chorando ao volante, sendo um bom exemplo de como é triste ser adulto. Que ser adulto é conviver com noticias ruins, ver o lado bom delas, sorrir quando tudo diz não. Ser adulto é viver se acostumando. Acostumar com a infância que passou, com os problemas, os vírus, o trânsito, a poluição, os idosos varrendo as ruas, tenho que me acostumar com tudo isso e ainda sorrir".
"O que sinto é sempre mais forte. O momento pede para ser revelado no meu ritmo. Eu já sei que o mundo é bem mais que o que vejo pela janela. O som pode ser mais que silêncio".
"Hoje sou um substituto de mim mesmo. Um amor substituindo as dúvidas de uma vida".
"E nesse novo outono, novos dias de uma vida quase nova, os temores são grandes e o poder do adeus é coisa que persiste. Uma despedida a cada esquina. Uma última vez tímida e secreta, pra não maldizerem do que sinto e assim vou vendo e vivendo esses dias nublados. O frio se estende e percorre as noites quentes, de pele molhada e mal estar intenso. Parece que vai explodir, voar pedaços coloridos por ai, lenços e mais lenços por um olhar apagado".
"Reunião de amores. Sorrisos limpos e abraços sinceros. Tudo assim, bem simples e verdadeiro. Sem poesia, meio seco, no que é. Não são relações imaginárias, sentimentos idealizados. Não são personagens de roteiros mal escritos. São amigos. São pedaços de mim".
"Não creio mais nas suas palavras e ainda assim, moras dentro de mim".
"Vou em busca de mim, desse algo que brilha além dos muros".
"Como disse, há exageros. Sou assim, um exagero em duas pernas, poucos cabelos, sorriso largo e olhar curioso. Sou um pouco tudo e muito de nada. As vezes fica a impressão de que sou o oposto do que mostro, mas atente e me leia uma, duas ou até três vezes com mais calma. Inverto muito e isso confunde".
"O recente mal deveria ter me condenado, mas na loucura toda dessa minha vida, essa coisa microalgumacoisa trouxe de volta ou trouxe de vez essa vontade de ser e de viver mais que nas palavras e nos desejos".
"As más noticias foram em fim despejadas nos passados amores. Difíceis palavras, estranho momento de revelar o que doces dias nos trouxeram. Um a um e eu vou ficando só".
"Gosto de coisas consertáveis. Mas nem tudo pode ser consertado".
"Eu poderia fazer coisas mágicas e terríveis com alguém do meu lado. Posso insistir que o homem não foi na Lua, ver todo mundo irritado e me achando um boboca, não importa, comam torta".
"Não há mais o que temer. Escreva lindas palavras. Já não há sentimentos para poder recriminá-lo e assim, nem para amá-lo".
"Quando se perde a bela cena que nos envolve, que nos instiga, que nos ameaça, se esquece o futuro e os caminhos que nos levam até lá".
"Cadê a poesia? Socada numa bunda qualquer que senta apoiando os risos falsos, as felicidades amarelas, coisas limitadas e tristes vidas longas mal vividas".
"E ainda tenho que conviver com a piedade, porque é o que fazem, lêem um troço desse que estou escrevendo e ainda sentem dó de mim. Se for meu amigo me liga e não diz nada, ou melhor diz o seguinte: “Vai tomar no cu! E se arruma que a gente vai no cinema!”.
"Se tenho que conviver com os meus medos que é morrer, sentir dor e ficar sozinho, então vou selecionar mesmo, o que de pior poderia me acontecer?".
"A claridade não perturba, vai me convencendo, me ganhando, me tendo de novo no meio de suas coxas macias e suadas. Escorrego pro lado de lá e já posso dormir mais tranqüilo. Tão perto e próximo ao principio abismo. Só vou voltar pra matar a saudade, pra lembrar como era bom. Me puxa pra dentro, bem devagarzinho, sem choros e esperneio. Fico de conchinha, cochilando bem mansinho com todos os diminutivos bonitinhos que juntei pela vida".
"Mas hoje, porque duvidar da fé das pessoas? Eu acredito que um dia vou conhecer alguém que goste de mim como sou e que vou retribuir tal pessoa com o mesmo sentimento, isso não é fé?".
"Igualmente recuso a dó, a piedade, a solidariedade barata e o assistencialismo patético. Recuso os amigos falsos, as lágrimas pedantes, as desculpas inventadas e o perdão fingido. Recuso o interesse cruel por minha dor. Recuso o olhar curioso, o toque receoso, o excesso de zelo, o papo contido a distancia calculada".
"Tenho um olhar muito simples para as coisas. E temo, com isso, simplificar o mundo".
"O nosso tempo a gente inventa, e você inventou que ele acabou".
"Hoje foi um dia bom. Dia-pós-dia-maravilhoso. Acordei com seu cheiro. Com gostinho de quero mais. Levantei meio anestesiado. Passei o dia tentando entender tudo o que aconteceu ontem. O mundo na segunda e eu ainda perdido no domingo".
"Tenha consciência que sempre vai haver alguém na contra mão do amor. Alguém sempre vai se perder na próxima curva, mas que ao fim, tudo ficará bem".
"A foto do amável desconhecido colore sonhos permitidos e traz novidades degelando as calotas de sentimentos empilhados no canto escuro do último quarto no último andar do último prédio oposto àquele onde fica o adorável apartamento azul".
"O desconhecido toma a forma que quero, caminha pelas calçadas de meus dias, me faz sorrir e me querer bem e melhor".
"Eu te entendo. Acho que entendo. Compartilho da mesma cafonice bamba, de suspiros quase adolescentes, de crenças quase impossíveis. Desse gostoso vicio de te sonhar acordado em todos os lugares, em todos os momentos e assim te ter ao meu lado por dias, por todos os dias, nas idas sem vindas. Nas idas e apenas idas".
"É a alegria que não posso tocar, que está longe e que me fascina por isso. Por me tocar, por me encantar, quando tudo aqui perdeu a graça, onde os braços ficaram curtos e os corações apertados para me acomodar. E nesses dias onde só se crê no que se pode ver eu vejo você, nos sonhos que quero ouvir e na mão que posso tocar".
"Não posso me deixar vencer pela racionalidade chata alheia daqueles que já não acreditam no doce da melancia. Há uma doçura, ainda que se ache amarga, lá do outro lado, abaixo dos braços abertos. Está lá, do lado de lá da tela, do lado de lá de tudo e não se tem distância pra isso. Está longe e ponto. Pode ser cerca, parede, muro alto, ponte, está sempre do lado de lá e eu do lado de cá".
"Se já não me entendem já não posso estar entre eles".
"Uma perseguição constante pelo seu nome, pela sua figura, sua risada, suas histórias, tudo aquilo que não sei e que nem sei se vou saber".
"Acho que vou ver o mar, sentir a areia, ficar horas deixando o mar me levar pra depois me vomitar de volta. Vou lá me despedir de algo que não terei mais".
"Os mesmos delírios desconexos. As imagens do nada querendo dizer tudo o que se esconde lá dentro. Sou um pedestre invisível, e mesmo assim ando sempre pela calçada. Pegue em minha mão, estou programado para amar, programado para amar do amor tranqüilo".
"Eu sou assim, insaninho de palavras hábeis, coração na ponta da língua e língua no dedão do pé! Eu sou isso, percebe a dimensão da loucura?".
"É o mesmo azul, o mesmo desejo, o mesmo desejo de só querer assistir o mundo mas não fazer parte dele".
"Não tirem a beleza dos dias calmos. Eu girava com o mundo e agora ele gira sem mim".
"Sou a exceção no seu mundo de não. Sou o feliz que pode sempre lhe sorrir e dizer sim".
"Cheguei em casa e o seu cheiro está aqui. Nos travesseiros. No lençol. Nas paredes. Há você aqui em todos os cantos. Nas músicas que levou, no roteiro, em mim".
"O tempo que nos resta é muito tempo. E a distância que nos separa, muito curta. São 18 milhões de pessoas e eu estou no meio delas e quem consegue me alcançar é você que está do outro lado da fronteira".
"Não quero um outro olhar, um outro sorriso, outro sotaque que não seja o seu. Não quero outro sonho que não os que poderei dividir com você".
"Viver faltando um pedaço é viver sem pensar no pedaço que falta"."Eu procurei você quando nem sabia que você era alguém. Procurei quando nem sabia que você era você. Procurei sem saber que procurava".
"Porque se brega é se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa, então eu sou o brega mais feliz do mundo".
"Eu posso dizer que fui salvo. Eu posso dizer que no momento em que vi a luz e ele estava lá, cansado e sorrindo pra mim, eu tive naquele momento a vida devolvida. E por isso os meus dias serão pra ele".
"Acabaram os dias de espera. Os dias bons passaram, é passado. Os dias de felicidade infinita estão apenas começando".
"É um sentimento calmo, sincero e que cresce na proporção da distancia. Não há nada que nos separe. Quando um acredita, é a possibilidade do amor. Quando dois acreditam, é o próprio amor".
"Eu cheguei para o meu amor e nunca é tarde. Cheguei e agora quero ficar".
"É o momento de ser feliz e de repousar tranqüilo no colo de um amor esperado".
"Perguntei a mim mesmo e a resposta veio macia em ouvidos duros. E entrando com o vento lento, em movimentos leves e intensos, como onda invisível e distinta do ar que lhe cerca. Foi entrando e contornando os medos e os terríveis questionamentos. Foi desendurecendo coisas a muito endurecidas. E ouvindo tua própria voz, palavra bem cantada, nuvem de bom sentimento, ouviu de si a razão de si. “Eu o amo. Eu realmente o amo”.
"Eu tive sonhos e hoje eles deixam de ser sonhos. Coisas tão perfeitas e que de tão perfeitas, assustam. Certas Coisas tão bem colocadas, tão bem feitas pra mim, só pra mim, tudo aquilo que eu só via do outro lado da projeção e que hoje, de forma mágica, se projeta dentro de mim".