19.4.06

Ao meu estranho favorito...

Eu me escondo dele entre a porta e o elevador. Naquele momento rompido, a despedida rápida, olhos baixos, me perdendo dele e de seus sorrisos fáceis. Um sonho acordado, um doce meio amargo, um querer já mais que desejado. Mas não vai ser com rimas fáceis, palavras bem brincadas, propositadamente mal colocadas que conseguirei ser fiel a esses momentos.
Um admirar, deixar como está, sufocar mesmo um sentimento que se transforma, que se aceita, que se quer assim, do jeito que se é. Um silêncio adorável e um abraço gentil. Um carinho perdido e logo um brilho encontrado. Uma eternidade em segundos. Um ter meio não tendo naquela noite de verão. Um sorrir por dentro, revirada louca de pressentimentos. Friends mais sorvete, pão com mortadela, luzes lá fora, do outro lado da janela. Os pôsteres na parede, aquela coisa lá dentro. Não é roteiro de filme e nem quadro pintado, sou eu e ele, os dois apenas, numa imensidão de um momento que nunca acaba.E se não voltar, e se a despedida for mesmo despedida, há de brilhar em meu coração as emoções daqueles dias. Dos dias lindos dos meus vinte e quatro anos, dias de chuva, dias inspirados. Dias de verão quente, de colchão no chão da sala, de fotos mal tiradas e suco de uva.
E assim, desse jeito meio conformista, meio na minha, meio na dele, eu vou tendo e aceitando um amor da forma como ele quer ser pra mim.

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